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Sentada na secretária no escritório

Encosto-me direita
Escuto atenta
Falo com confiança
Ando recta
Esta não sou eu...
Queria ser eu no retrato
Mas não correspondo a este momento
Vivi durante longo tempo
Sem saber quem estava ali
O espelho mentia
Eu acreditei e não julguei. Aceito

Vivo cansada do tempo
Mas este nunca me valeu, nada nem ninguém
Considerei enganá-lo com os ponteiros
Mas eles não sossegam no seu circulo
Impiedosa emoção.

Das nossas gaiolas dispendiosas
No cimo do edificio mais alto
Torres que se elevam nos céus
e que proibem olhar mais longe
O branco das nuvens ficam traçadas com rastos rectos
Os aviões trespassam a inocência de um céu limpo
Não recordo o azul do céu
Os dias são curtos
Para me lembrar de mim peço licença
Para passar, peço perdão.

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